Para consolidar esse louvor às obras de terror, Um Clássico Filme de Terror não torna tudo necessariamente previsível, investindo paralelamente 😗 no desenho de uma atmosfera também convidativa ao enigma. Por um lado, o filme respeita e celebra as convenções, como 😗 ao emprestar de inúmeras realizações pregressas a evolução da inquietação que toma conta dos personagens deparados com o inexplicável. Por 😗 outro, ele estrategicamente deixa algumas pontas soltas, cuja função é evitar que o espectador consiga ter uma imagem clara do 😗 panorama geral. Dessa forma, são estimuladas simultaneamente sensações de conforto e desconforto. Indício disso, o fato de percebemos desde o 😗 começo que a protagonista provavelmente será a única dos companheiros a sobreviver ao banho de sangue. Mas, é preservada durante 😗 um bom tempo a dúvida a respeito de quem está provocando a situação tétrica. Mesmo quando enxergamos os homens grotescos 😗 com máscaras feitas de casca de árvore, persiste a ignorância quanto a origem deles. Seres sobrenaturais? Sujeitos comuns utilizando vestimentas 😗 ritualísticas para adorar entidades imaginárias? Consequência da veneração exacerbada que não encontra limites nas estruturas éticas e morais da sociedade 😗 convencional? Aos poucos surgem indícios do que seria a tal verdade. Quando ela se revela completamente, o resultado é vacilante.
Ao 😗 esclarecer os contornos do truque, Um Clássico Filme de Terror propõe uma não menos rica ponderação sobre meandros da narrativa 😗 cinematográfica, especificamente as servidoras do horror. Também há uma discussão acerca dos limites para atingir resultados dramáticos. São provocativas (embora 😗 insuficientes) as falas que defendem as emoções reais para dar intensidade aos filmes. O algoz determinado a tudo para contemplar 😗 as demandas do mercado é uma figura sintomática. Caricatura da geração disposta a ultrapassar limites (do bom senso, do ridículo, 😗 os humanos, etc.) para sobressair num ambiente que transforma sucessivas tendências em handicap casa de apostas obsessões, ele alimenta o teor crítico. Leve, 😗 não desenvolvido como poderia, mas ainda assim crítico. No exato ponto em handicap casa de apostas que o cinema reivindica agressivamente o protagonismo, 😗 Roberto De Feo e Paolo Strippoli não fortalecem a ideia da metalinguagem como um buraco negro que absorve e dá 😗 significado a tudo. Eles evitam que a protagonista consiga violar a hegemonia da representação, mas tampouco oferecerem um argumento para 😗 a atitude de registrar à posteridade os contragolpes brutais da oprimida. Dessa maneira, os cineastas continuam mostrando cada gesto como 😗 característico do filme dentro do filme, transformando a vítima numa agressora simplesmente incapaz de conter a vontade mórbida de matar 😗 diante da câmera.
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